Aprimoramento dos serviços é uma das saídas para a crise do Hospital São Carlos
O diretor Cirano Cisilotto participou da sessão da terça-feira, 07, na Câmara, a convite da presidente Maria da Glória Menegotto

A sessão da terça-feira, dia 07, da Câmara de Vereadores contou com a presença do diretor do Hospital beneficente São Carlos (HBSC), Cirano Cisilotto, que explicou aos vereadores – e aos poucos visitantes – a situação financeira da Casa de Saúde. A convite da presidente do Legislativo, Maria da Glória Menegotto (PDT), o administrador elencou os motivos que levaram a instituição a contrair quase R$ 10 milhões em dívidas.
Houve falta de planejamento das gestões anteriores quanto aos investimentos e gastos, resumiu o ex-prefeito de Garibaldi. Segundo Cisilotto, todos os hospitais filantrópicos e santas casas do Estado passam por dificuldades financeiras. No entanto, o que chama a atenção é o volume de repasses financeiros da prefeitura ao hospital. Em 2011 foram R$ 5 milhões, em 2012, R$ 7 milhões e o orçamento de 2013 prevê o repasse de R$ 12 milhões. Temo que a prefeitura não consiga repassar estes valores devido a outros compromissos. São valores extremamente altos, arriscou o gestor.
O administrador enumera, em Carlosnúmeros arredondados, o montante da dívida. Conforme ele, o déficit mensal é de R$ 300 mil (considerando as prestações de empréstimos contraídos junto a bancos somados os juros), R$ 1,7 milhão devido a fornecedores, pagamento de Fundo de Garantia (FGTS) e Imposto de Renda e cerca de R$ 250 mil em títulos protestados. Porém, a dívida global chega aos R$ 10 milhões. Em bancos, o montante devido é de cerca de R$ 8 milhões, destes, R$ 3 milhões contraídos no final do ano passado, listou Cisilotto. Por fim, o diretor ressaltou que o HBSC possui cerca de R$ 700 mil em uma única dívida trabalhista, em função de um acidente de trabalho sofrido por um ex-funcionário.
A questionada autossustentabilidade do hospital, segundo o administrador, é impossível. Isso nunca vai acontecer, sentenciou. Casas de saúde não conseguem manter seus serviços sem o Sistema Único de Sáude (SUS), ponderou Cisilotto. Para ele, mesmo que de R$ 100 gastos, cujo repasse do SUS seja de R$ 65, a sustentabilidade dos hospitais ficaria prejudicada se contasse apenas com as demandas via convênios (Unimed, Círculo Operário, etc) e atendimentos particulares.
Uma das saídas para a crise está no aprimoramento dos serviços do hospital e no oferecimento de serviços de alta complexidade, os quais o SUS paga muito bem, observou o gestor do HSBC. Ao mesmo tempo, é preciso um planejamento estratégico para que possamos prever possíveis investimentos e elaborar projetos para a captação de recursos, destacou.