Glória Menegotto, com o objetivo de atender aqueles que mais precisam
Glória Menegotto (Rede) assumiu em janeiro a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Habitação e vem atuando no sentido de amenizar desigualdades e dar suporte às famílias em vulnerabilidade social
Um dos principais nomes da política farroupilhense atual. Vereadora em seu quinto mandato, mas atuante no executivo, frente à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Habitação. Maria da Glória Menegotto – ou a Glória do povo, como a própria já assumiu como slogan. Dona de uma personalidade ímpar, com destaque à dedicação em acolher a população de forma próxima, humana. Glória não esconde a satisfação em atuar no Poder Público. Na entrevista que segue abaixo, ela fala sobre suas realizações, projetos em andamento e também cita aquilo que considera fundamental para atender bem os munícipes: a humildade e a receptividade – independente de onde ou quando.
Jornal O Farroupilha – Quem é Maria da Glória Menegotto? Quais características fazem parte de sua biografia e são importantes frente a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Habitação?
Maria da Glória Menegotto – A Glória Menegotto, primeiro, é um ser humano igual a todos, mas que tem um coração muito grande. Tenho as pessoas como o principal de tudo. Busco e gosto de ajudar. Recebo muitas pessoas que não têm condições, que chegam no município e têm a necessidade de um aperto de mão, de um afago, de conversar.. Eu ouço muito. Tanto, que qualquer um que chega aqui na Secretaria é bem atendido. Muitas vezes quando as pessoas chegam, eu as vejo pelo vidro da minha sala e vou ao encontro delas. E isso as deixa satisfeitas. Mesmo quando não é possível resolver um problema em questão – é praticamente um atendimento psicológico. Logo, se elas saem de ‘mãos vazias’, a conversa por si só já as deixa felizes. Sou uma pessoa de muito sentimento, que lutou muito para chegar onde cheguei. Estou em Farroupilha desde os meus 14 anos. Vim de mãos vazias e Farroupilha me adotou. Tudo o que eu tenho devo a Farroupilha, a este município que me acolheu. E, hoje, estou doando um pouco, retribuindo aquilo que foi feito por mim.
Já trabalhei na área da saúde; sou vereadora no meu quinto mandato e por duas vezes fui presidente da Câmara de Vereadores. Graças a Deus pude estruturar o novo pavilhão da Câmara com um layout mais amplo e acolhedor. Tanto, que hoje fico feliz em ver que a Casa está sempre lotada, com eventos sendo realizados ali porque há a estrutura. Antes não tinha. Eu fiz isso. Estar no meu quinto mandato mostra que as pessoas confiam em mim. E é por isso que tenho que dar o meu melhor, sem medir esforços. Se você ligar para a Glória às três da manhã ou às duas da tarde, num sábado ou num domingo, a hora que for, eu vou atender. E, inclusive, se as pessoas disserem eu preciso de ti aqui na minha casa’ saio de onde estou e vou até elas. Eu sou amiga, uma amiga de todos. Eu sou a Glória do povo.
Jornal O Farroupilha – Como surgiu o interesse em entrar na política? Quais foram os fatos que te marcaram no início da sua carreira na vida pública?
Glória – Sou do interior de Bento Gonçalves, do Barracão, e lembro que meu pai era muito político. Não que ele tivesse participado, de fato, da vida pública. Mesmo tendo estudado só até o segundo ano, ele gostava muito de falar sobre política. Recordo ainda dos carros que faziam a propaganda eleitoral, que jogavam as flâmulas e eu corria atrás, empolgada. Foi isso tudo que me fez apaixonar, inicialmente, pela política. Quando vim para Farroupilha, depois de já ter trabalho algum tempo no escritório despachante Bom Car (o qual até hoje tenho um vínculo muito forte), fui convidada a me filiar a um partido político, o PDT. No PDT fiquei por 25 anos. No ano seguinte à minha filiação, já fui candidata. Isso nos primeiros anos da década de 90. Lembro que no primeiro comício eu não sabia falar para o público e estava muito nervosa – quase que caí para trás (risos). Era tudo muito novo, mas foi o começo. Naquela ocasião, fiz 329 votos. Fiquei suplente, assumindo como vereadora por 30 dias. Nesse referido mês, fiz um projeto, o Vereador Por Um Dia, que existe até hoje. Todo mundo gostou. E segui trabalhando. Sempre lutei, estive próxima à população, no que acontecia nos bairros… Gosto tanto disso que falo de forma bem franca: se me tirarem da política eu não sei se vou viver por muito tempo. E não é por interesse. Eu tenho a política de amor ao próximo. Estou aqui para poder ajudar.
Jornal O Farroupilha – Quais outros projetos propuseste em sua passagem pela Câmara de Vereadores?
Glória – Cito alguns que viraram lei: Marcha para Jesus, Semana de Prevenção ao Câncer de Mama, Semana de Doação de Órgãos, Diploma Mérito Educativo e Uma criança, uma árvore. Além destes, efetuei a sugestão do projeto da Guarda Municipal, do estacionamento exclusivo para bicicletas, da lei que proíbe jogar lixo no chão e a oficialização da Farroupilha Bem Gaúcha. Mas repito, são apenas alguns de muitos.
Jornal O Farroupilha – Como avaliaste a experiência de ser vereadora?
Glória – A minha experiência como vereadora foi a melhor possível. Eu trabalhava no escritório despachante e era vereadora ao mesmo tempo, e assim era fácil de me encontrarem. Eu nunca me escondi. As pessoas já entravam no escritório e falavam o que precisavam. Seja na área da saúde, infraestrutura, habitacional, ação social, agricultura ou educação. E eu podia ajudar, ir atrás das demandas delas, atendendo aos seus pedidos. O vereador é o caminho para o cidadão. No momento em que tu vota num vereador, tu não tem mais que procurar a prefeitura; tu pode contar com o teu vereador. Ele vai pleitear as melhorias, reclamar de lâmpadas queimadas, solicitar vagas em creche…
Jornal O Farroupilha – E agora frente a uma das pastas com maior demanda da população, de que forma tens atuado? Que bagagem traz de suas experiência anterior, a Secretaria Municipal de Saúde?
Glória – A primeira vez que participei do executivo municipal foi na Secretaria da Saúde, onde fiquei vinte meses. Assumi a pasta num momento muito difícil, tanto em relação ao Hospital São Carlos, quanto aos postos de saúde. Enquanto secretária, concluímos a construção dos postos do Cinquentenário, o da Vila Esperança, do Burati, do América e do Primeiro de Maio. Também deixamos bem encaminhado o posto do Medianeira. Além disso, construímos a UPA e inauguramos a UCI Neonatal, dando o suporte para coloca-la em funcionamento. A UCI era um sonho antigo, mas que foi concluída enquanto eu estava na Secretaria da Saúde. Digo tudo isso porque são exemplos de ações, de muito trabalho. E é esse tipo de esforço e trabalho constante que estou tendo a oportunidade de realizar agora nas áreas de habitação e ação social. Prestamos serviços no Creas, no CRAS I, no CRAS II, no Centro de Convivência São José e no Albergue. Trabalhamos também com o programa Bolsa Família, o Cadastro Único e ações com grupos familiares em extrema pobreza. É bastante coisa. Fora o Departamento de Habitação, que também tem as suas demandas.
Jornal O Farroupilha – Na Habitação tens enfrentado situações bastante complexas quanto às invasões. Como lida com isso?
Glória – Temos consciência das invasões habitacionais desde que assumimos a pasta. São invasões em diferentes pontos, no Industrial (principalmente nas imediações da extinta rede férrea), na Linha Paese, entre outros. Primeiramente agradeço a população que está entendendo que não se deve deixar as pessoas invadirem. Sou totalmente contra as invasões. Eu, quando vim para Farroupilha, dormi em chão batido num porão, mas não invadi. Eu e minha irmã não tínhamos nada. E confesso, acredito que se eu tivesse invadido, talvez estaria ainda naquela condição, numa área verde. Porque se tu invade e tem esse tipo de mentalidade, tu também, simplesmente, deixa que as coisas aconteçam e não luta por elas. É preciso lutar, fazer o diferente, muito embora seja difícil.
Na prática, ao sabermos sobre alguma nova invasão, nós vamos até o local e recolhemos o material. É algo simples e que se tivesse sido feito desde o início, não haveria tantas invasões. E olha que nem sei quantas existem exatamente, se são 600 ou 700. É bem difícil de saber. Mas agora já são menos ocorrências, pois quando a população nos liga informando, não importa se é sábado ou domingo, nós vamos atrás. E não adianta os invasores comprarem o material, porque eles vão perder este material. E a fiscalização tende a aumentar por meio de veículos discretos, a circular em diferentes horários.
Jornal O Farroupilha – E além da fiscalização, o que mais está sendo feito prol a área habitacional?
Glória – Estamos trabalhando para fazer novas habitações por meio de núcleos habitacionais em áreas de posse do município. Vamos inserir famílias de contexto social semelhante numa área específica. Independente se vão ser núcleos de 15, 20, 50 ou apenas 5 lotes. Claro, para isso nós precisamos de um valor melhor no orçamento, o que não temos hoje. Mas seguiremos atuando nesse tipo de projeto.
Jornal O Farroupilha – É um trabalho bastante minucioso…
Glória – Sim, exige muito trabalho. É um desafio bastante grande. Mas é algo que eu tenho esperança, estou trabalhando para fazer, para realizar. E não só nesse sentido. Ajudamos as famílias em momentos diversos, seja para fazer um banheiro ou fornecendo kits-casa quando ocorre algum incêndio na residência de uma família em vulnerabilidade social. Estamos implementando também o Banco Social, que consiste num projeto de arrecadação e distribuição de doações, desde alimentação, roupas, móveis, eletrodomésticos e utensílios que as pessoas possuem em suas casas, em bom estado, e querem doar. É projeto que vai auxiliar as famílias que mais precisam.
Jornal O Farroupilha – Todos esses projetos mencionados exigem uma equipe altamente produtiva e sensível às demandas da população.
Glória – Exato. Tenho uma equipe maravilhosa, que quando lhe é solicitado algo, ela imediatamente atendem. Os profissionais da Secretaria entenderam qual o nosso propósito. A ação social é ajudar. A habitação é ajudar. Estamos trabalhando muito e o avaliando o que foi feito nesses primeiros meses, já fico bastante contente. Eu não me sentiria bem caso não tivesse algo a fazer. Meu perfil não é esse. Quero levantar de manhã e poder fazer alguma coisa. E por isso é preciso ter uma equipe ligada a ti. Se eu ficar aqui os 4 anos, vou fazer muito. Estou apenas no começo. Os resultados demoram um pouco para aparecer, mas tenha a certeza que vão aparecer.
Jornal O Farroupilha – Como avalia a tua relação com o prefeito Claiton Gonçalves e com o vice-prefeito Pedro Pedrozo?
Glória – Tenho uma relação excelente com o prefeito Claiton e com o vice Pedrozo. São pessoas com uma índole sensacional, que a gente pode acreditar. Inclusive, tudo o que faço é levado ao conhecimento do prefeito Claiton, pois, se não acreditarmos no nosso comandante, o avião cai, metaforicamente falando. Ele se preocupa muito com a população. Tenho a honra de estar e aprender muito com ele. Nós secretários, ele nunca nos freou; pelo contrário, sempre nos dá a liberdade para fazer o melhor para a população do município.